sublime presença
não batas à minha porta,
entra de mansinho...
afaga o ninho que pássaros mudos fizeram neste canto,
as palavras imberbes tropeçam na doçura que nos acama...
deitados assim seguiremos viagens vindas de nós,
purificadas na nudez de sermos
em ermos de sóis e sais que se temperam.
o vento destapado despenteará o adeus
de tardes feridas de algas!..
sublime presença,
angulo da calma na fala da natureza,
banho na pedra em perda à chuva da cascata
Maria Gomes
Maio 2002 - Coimbra