13.3.07

Incompabilidades!!


Abraças-me como se fosse este o teu ultimo mundo. Beijas-me como se nenhum principio ou meio tivesse fim. Amas-me no calor da ultima de muitas noites e usas-me durante as horas em que te sofregamente te amarei incondicionalmente. Amarras-me a ti com as correntes de sentidos que emanam do teu corpo contra o meu, porque convictamente sabes que nunca nos pertenceremos.

Incapazes de parar ou dizer não quando o desejo nos invade e um corpo impiedosamente reclama o outro. Muitas vezes ao longo de muitas luas e alguns eclipses. “Bué” de tempo que quase já se perde na sua própria memória.


Por falar nisso, recordas-te da primeira vez? Eu não. Nem sequer consigo lembrar em que esquina da cidade tropecei contigo. Mas recordo cada segundo cada pormenor, a ultima vez que te amei. Onde, como, e tudo muito que me ofereces. Mais e melhor que na anterior porque em cada encontro fazemos daquelas horas o inicio e o fim de uma vida. A paixao pela vida resumida na procura do extase.
"Não fomos feitos semelhantes para nenhuma das nossas muitas outras vivencias. Incompatibilidade de génios e diferenças insuperáveis de pontos de vista. Genética explica isso", dizes tu habitualmente perante a minha cordata e avisada concordancia.
"Para dançar um tango são necessários dois. Um par em perfeita sintonia. E nós só sabemos dançar tango em momentos destes. Na horizontal e num quarto alugado á hora, atingimos a nota máxima recompensadora não do esforço mas do prazer completo". Acrescentas, convicta.
"A tradicional mistura de preto e branco que nunca dará uma côr viva por mais experimentações que se tentem. Por isso mais vale continuar-mos assim cada um no seu mundo ate que encontremos outros objectivos capazes de suplantar este avassalador desejo mutuo." Contra tais argumentos so sei usar o silencio.

..... "Até á proxima noite minha amante e amiga. E que seja em breve. Para que o teu embriagante cheiro a femea não se desvaneça e o desejo de ti nunca corra o risco de se esquecer de me recordar". Acrescento agora eu em pensamentos, na receosa duvida de que se me ouvisses falar assim, poderias mudar de opinião acerca das nossas incompatibilidades e descobrir a verdade acerca daquilo que me obriga a ti.