20.2.09

Proximidades

Foto de Paulo Madeira

Tenho passado as ultimas semanas a pensar em algo que te possa fazer ou dizer e cujo efeito seja suficientemente forte que te ajude a suportar estes tempos de incerteza.
Mas a incapacidade para entender estes designios e a consequente raiva, incapacita-me de pensar algo que não seja equivalente a sentimentos tão intensos e negativos.
Ainda se soubesse rezar. Mas esqueci todas as ladainhas milagrosas que a minha velha avó me obrigava a repetir, de joelhos no chão aos finais de tarde. E só um deus muito distraído daria ouvidos a um declarado ateu que só lhe bate á porta quando está aflito. Ainda por cima a mover influências por terceiros o que é politicamente pouco correto nos dias de hoje. Por essa via acho que te ajudaria pouco.
Tenho ensaiado diversas frases sem nunca conseguir fugir das banalidades e lugares comuns. Por certo és forçada a ouvir a cada instante coisas identicas e se bem te conheço, devem fazer-te mais mal que bem. Equaciono com frequência a justiça e a injustiça de situações como a que vives, contrapondo os bons e os maus e porque mal traçado caminho se regem estas coisas do livre arbitreo. Porquê tú? Porque não eu ou um dos muitos fdp que aterrorizam o mundo?
Auto censuro-me porque estivemos tão perto de sermos nós e agora nem palavras adequadas encontro para te dizer. Não é o momento para arrependimentos mas...
Com algum alívio egoísta da minha parte, durante a nossa conversa de hoje á tarde acabaste-me quase completamente com este dilema. Porque, percebi finalmente que não necessitas de frases profundas nem gestos extravagantes. Tens apenas e só um duelo de morte para travar no sentido literal das palavras e dos factos. E em vez de te agarrares á almofada a chorar a má sorte, encontraste a arma letal que vai vencer o inimigo, precisamente no baú que guarda o tesouro. Dentro de ti. Com a força que sempre te conheci mas que julguei afastada pelos maus acasos. Felizmente ela voltou na hora certa.
E após termos desligado o telefone senti-me profundamente aliviado e convicto que, entre gargalhadas e provocações, em breve teremos mais umas histórias para contar.
Neste momento apenas te devo repetir. Vai e renasce. Por ti primeiro que tudo, mas tambem pela obra que pariste e que urge ser concluída. O que apenas tú podes fazer. Por ele e pela mulher unica que és. Expulsa e mata a fera estúpida e brutal que cobardemente te atacou e volta renascida.
Agora, desisto de tentar recordar-me das rezas e de encontrar palavras compostas á medida da minha angustia. Só quero olhar-te os olhos e a tua companhia num café adoçado com um beijo.
PS: Uma unica imposição para quando estiveres a 100%. Ficas proibida de subir coqueiros sem eu estar por perto. Com ou sem...

19.2.09

Blogosfera como serviço público


“A homossexualidade não é normal” - Disse D. José Saraiva Martins, um alto dignatário da igreja católica portuguesa durante uma entrevista televisiva realizada no Casino da Figueira da Foz em Portugal. (um local no minimo estranho para pregações)

"Normal é um homem andar toda a vida de saias e morrer virgem" - Responde com oportunidade o jornalista Daniel Oliveira no blogue Arrastão.