30.4.08

Não resisto!


- O que é o amor?


- É uma rua muito sossegada onde só se passou uma vez.


Mário Cesariny

29.4.08

Sinais de Fumo


Sabia da sua existência por terceiros e conversas mais ou menos aligeiradas e talvez por isso mesmo nunca se tinha dado ao trabalho de a tentar descobrir.

Logo que o momento aconteceu, abriu-se completamente ao sentir do que ela escrevia. E deixou que entrasse nele de uma forma completa. Como um bêbado á deriva começou por sentir-se completamente esmagado nos sentidos. Bateu no fundo de si e só depois a muito custo recuperou folego. Agarrou-se á unica defesa que tinha á mão e escreveu. Respostas curtas mas claras. A artilharia pesada que veio do outro lado como resposta, sofucou-o. Nestas guerras entre vontades pouco ocultas, aquele que joga em casa tem vantagem sobre o oponente.
Resumindo. Agarrou-se á tela do PC e á troca de mensagens semi-codificadas que vai tentando decifrar e responder.Um desafio viciante que o empolga mas desgasta.

Continua sem a ter. Mas descobre-a mais a cada dia atravéz de um código universal, tão antigo como a existência da vida. Tal como o náufrago prenhe da esperança em avistar terra firme, revisita-a a cada dia nas palavras escritas tentando encontrar nelas o caminho que o levará até ela.

...esta forma de comunicar atravéz de sinais de fumo virtuais, que deixa atrás de si desejos de algo mais do que o nada acontecido, começa a merecer uma tese de doutoramento em sociologia das relações humanas.

11.4.08

Porque esperas?

Porque me dizes que esperavas mais de mim?
Porquê esperar algo de alguem que nada tem?
Porque não racionalizas enquanto esperas,
Aquilo que podias ter dado a mais,
Esperando menos.

Não quero mais obrigações.
Não quero dar mais nada. Dei tudo quanto tinha a dar.
Nem receber. Recebi tudo quanto me deviam, porque nada.
Paixão, sexo, tesão, não se trocam, vivem-se.
Mãos, linguas e corpos transpirados não se oferecem, repartem-se.
Amor, carinho e atenção não se exigem, merecem-se.

De ti quero apenas a distancia entre o silencio e o olhar.
Nada de palavras e cobranças fisicas ou morais.
Melhor ainda,
Porque sou imoral tal como dizes
Quero a estrada livre para ir e voltar.
Sem prévio aviso. Quando o meu corpo pedir o teu.

Tal como o predador da noite
Quero a cancela aberta, escancarada.
O salvo conduto para o abismo de onde não merecemos sair.

Mas por favôr
Não me exijas nada em troca.