13.7.06

HIV-SIDA


Porque muitos lhes conhecemos os rostos. Porque os sabemos algozes, que por terem sido vitimas se transformaram numa das armas mais assassinas que povoam a noite e os dias no nosso mundo. Porque é tempo de começarmos a inverter os papéis. Não temos culpa de um dia numa esquina da vida alguem os tenha infectado. Poderão estas palavras parecer pouco polidas e ainda menos corretas. Sabemos no entanto de muitos casos de portadore(a)s de HIV que no dia a dia continuam a dessiminar o virús a vitimas indefesas. Lemos, vimos e ouvimos todos os dias os nossos amigos, familiares e conhecidos a partirem e os numeros da morte a aumentarem. Cada dia mais jovens. Cada dia com maior sofrimento. Chegou a hora de chamar os assassinos pelos nomes.


ALERTA

Grita-lhes para que acordem,
Chama-lhes nomes feios, ofensivos,
Engravida-lhes os timpanos com abjectos palavrões,
Obriga-os a pensar no mal que semeiam á sua volta.

Ele(a)s são os abutres dos sonhos.
Aquele(a)s que matam, destroem e enganam.
E de uma de forma mórbida, fria e lúcida,
Percorrem a noite na procura de novas vitimas.

Sabem-se audazes, sem medo da morte,
Nada têm a perder porque tudo já perderam.
Enfrentam friamente a vitima com olhos sedutores,
E palavras doces, falsas e urgentes.

Amam sofregamente, oferecem-se sem preço
Deleitam-se e extasiam-se nos corpos das vitimas,
Deixam nas entranhas e no sangue o virús fatal
Da morte anunciada, sem data marcada.

Corta-lhes a estrada. Fá-los parar.

Porque nas picadas da vida,
Exige-se justiça pelas vitimas.