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Porque me ensinaste que o amor é livre, aprendi a amar-te na ausência e na distânca; a amar-te sem te ter para mim... Às vezes reencontro-te na brisa que vem do mar, no sol que poisa na minha pele. Ainda na outra noite saltaste do meu copo para um olhar qualquer, um olhar perdido, tão penetrante como indecifrável. Vi-te assim, galante e bem parecido e a barba impecávelmente feita. Meti os dedos no teu cabelo e reparei que eras, de facto, tu! Aproximei-me dos teus lábios para te beijar devagar mas o teu beijo era diferente, nervoso e apressado, quase insaciável. Apertei-te contra mim para, de novo, sentir o bater descompassado do teu coração mas as tuas mãos inquietas insistiam em desenhar no meu corpo chamas ardentes, numa urgência cega e surda, indiferentes a todos os meus apelos.
E depois... depois fechei os olhos e afastei-me para deixar-te partir novamente, sem olhar para trás. Apenas por medo, muito medo de consumir-te no momento e nunca mais me apareceres. E fiquei a tecer os dias, as horas e os minutos, à espera de ver-te surgir de novo, porque sei que regressas sempre, seja sob que forma for...
Um dia, talvez não voltes a partir.
E depois... depois fechei os olhos e afastei-me para deixar-te partir novamente, sem olhar para trás. Apenas por medo, muito medo de consumir-te no momento e nunca mais me apareceres. E fiquei a tecer os dias, as horas e os minutos, à espera de ver-te surgir de novo, porque sei que regressas sempre, seja sob que forma for...
Um dia, talvez não voltes a partir.