29.4.08

Sinais de Fumo


Sabia da sua existência por terceiros e conversas mais ou menos aligeiradas e talvez por isso mesmo nunca se tinha dado ao trabalho de a tentar descobrir.

Logo que o momento aconteceu, abriu-se completamente ao sentir do que ela escrevia. E deixou que entrasse nele de uma forma completa. Como um bêbado á deriva começou por sentir-se completamente esmagado nos sentidos. Bateu no fundo de si e só depois a muito custo recuperou folego. Agarrou-se á unica defesa que tinha á mão e escreveu. Respostas curtas mas claras. A artilharia pesada que veio do outro lado como resposta, sofucou-o. Nestas guerras entre vontades pouco ocultas, aquele que joga em casa tem vantagem sobre o oponente.
Resumindo. Agarrou-se á tela do PC e á troca de mensagens semi-codificadas que vai tentando decifrar e responder.Um desafio viciante que o empolga mas desgasta.

Continua sem a ter. Mas descobre-a mais a cada dia atravéz de um código universal, tão antigo como a existência da vida. Tal como o náufrago prenhe da esperança em avistar terra firme, revisita-a a cada dia nas palavras escritas tentando encontrar nelas o caminho que o levará até ela.

...esta forma de comunicar atravéz de sinais de fumo virtuais, que deixa atrás de si desejos de algo mais do que o nada acontecido, começa a merecer uma tese de doutoramento em sociologia das relações humanas.