16.7.08

Da Poesia


Gosto de lêr o que este homem escreve. Será que ele sabe?

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Fui ao talho. Queria comprar carne para grelhar. O talhante pegou num pedaço de carne e disse que era muito bom, de qualidade. Pegou na faca que lhe pareceu mais afiada e cortou-me um bife. Era um grande bife. Cheguei a casa, temperei-o com sal, ervas aromáticas, alho. Fiz as brasas. Deixei que elas esmorecessem um pouco, para que a carne grelhasse lentamente. A carne lá grelhou. Parecia suculenta, tinha boa cor, mas era rija como os cornos da vaca que a tinha dado. Pensei no talhante. Será que alguma vez leu um verso? É possível. Será que alguma vez escreveu um verso, um poema? É possível. Apenas sei que ele pegou na faca que lhe pareceu mais afiada, cortou um bife, entregou-me o bife, paguei e ele era rijo como os cornos. Tudo o resto que possa ter ocorrido entre as várias acções não me interessa.