Não se expelem, as malditas!
Enchem-me de sons e becos
que sei, amor, nada dizem.
Nada para além do indizível.
Embalo-te num afago e sei
que a tua dor foi e é e será a minha.
Afinal...
estamos juntos no abismo da vida.
Afinal só tu poderias entender
o beijo que não sei beijar nas palavras.
Só tu poderias carregar a minha
dor contigo. Nos teus genes.
Na tua incapacidade de ser.
Na tua imperfeição tão perfeita,
meu amor. Tão...
perfeita.
Fogem-me as palavras
o grito último.
Repouso no teu colo
e beijo-te os dedos, faminta.
Só tu meu amor.
Só tu.
(Fairy-Morgaine)