11.8.10

Não entendo...





Nos principais jornais do mundo a questão dos diamantes que alegadamente Charles Taylor ofereceu a Naomy Campbel é tratada como um assunto de importante que merece diariamente colunas e opiniões. Antes, durante e depois da modelo ter sido ouvida em Haia. Ontem eram as amigas presentes no tal jantar a contradizer as suas afirmações. Hoje é a citada a dizer por meias palavras que os factos têm 13 anos e Mia Farrow sofre de amnésia o que é bem possível seja verdade dada a provecta idade da senhora. Ou ao contrário o que também não me surpreenderia nada.

O que verdadeiramente me intriga nesta história e que nenhum artigo de jornal me eslarece é porque raio de razões, causas ou motivos, se juntam no mesma mesa ou mesmo debaixo do mesmo tecto, um facínora louco como Taylor e um vulto humanista com a dimensão universal de Nelson Mandela. Estes dois homens são a antítese um do outro. Que interesses os podem ligar? Ou os interesses eram apenas e só de quem organizou o jantar e Madiba foi enganado?

Já a presença das modelos e actrizes entendo. Nestes jantares de sociedade normalmente as flores fazem parte da decoração da sala. Ficam bem nas fotos das revistas e no final da festa existe sempre alguém interessado em levar para casa como recordação, as mais vistosas e frescas.

9.8.10

(In)disponibilidades


Ele aparenta uma calma serena. Quase sempre digno. Ás vezes apático mas, altivo e aparentemente seguro. Nunca ninguém o viu recuar apesar de já lhe terem apontado algumas fases de alguma indecisão. Considera-se experiente porque vivido. Pratica e cultiva o gosto de ouvir sem os julgar. Talvez por isso as más experiencias dos outros encontram um porto seguro no seu ombro. As boas, a recompensa de palavras de incentivo e aplauso e o porto seguro. Demasiadas vezes e demasiadas amantes, no momento da separação lhe disseram, que jamais esqueceriam a sua faceta de amigo, a sua disponibilidade e a sua capacidade para compreender e aceitar. O que ele intimamente acredita não abonar muito a seu favor porque demasiadas. A única pessoa de quem não é verdadeiramente amigo é dele mesmo, dado que compreende e relativiza facilmente qualquer erro grave de alguém próximo, mas é incapaz de encontrar uma brecha onde enterrar o seu próprio passado. E o presente também, por reflexo. Até porque evita pensar no futuro para não ter aquelas insuportáveis recaídas de hipertensão. O passado é como que uma mochila carregada de pedras de que nunca se desfaz senão quando dorme. Aí atormentam-no os sonhos que invariavelmente têm como personagem principal ele mesmo. Carregado de incoerências e arrependimentos. E os fantasmas de estimação, omnipresentes nas mais diversas situações influenciando e marcando o ritmo. Sempre os mesmos. Pesados como pedras carregadas numa mochila ás costas.

6.8.10

Momentos de Lucidêz



Pior do que a convicção de que estás melhor sozinho, é a convicção de que o outro está melhor sem ti.

roubado aqui