Florbela Espanca
Se tu viesses ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
1 comentário:
As vezes perguntas-te... o que faz entender uma alma, se nada ha que nos cruze as vidas, excepto momentos fugazes de dores perdidas que nos deixam sentir poetas em pleno... e depois descobres e percebes, que e uma eternidade de caminhada conjunta, em que todos e so os silencios fazem sentido.
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