Abraças-me como se fosse este o teu ultimo mundo. Beijas-me como se nenhum principio ou meio tivesse fim. Amas-me no calor da ultima de muitas noites e usas-me durante as horas em que te sofregamente te amarei incondicionalmente. Amarras-me a ti com as correntes de sentidos que emanam do teu corpo contra o meu, porque convictamente sabes que nunca nos pertenceremos.
Incapazes de parar ou dizer não quando o desejo nos invade e um corpo impiedosamente reclama o outro. Muitas vezes ao longo de muitas luas e alguns eclipses. “Bué” de tempo que quase já se perde na sua própria memória.
Incapazes de parar ou dizer não quando o desejo nos invade e um corpo impiedosamente reclama o outro. Muitas vezes ao longo de muitas luas e alguns eclipses. “Bué” de tempo que quase já se perde na sua própria memória.
Por falar nisso, recordas-te da primeira vez? Eu não. Nem sequer consigo lembrar em que esquina da cidade tropecei contigo. Mas recordo cada segundo cada pormenor, a ultima vez que te amei. Onde, como, e tudo muito que me ofereces. Mais e melhor que na anterior porque em cada encontro fazemos daquelas horas o inicio e o fim de uma vida. A paixao pela vida resumida na procura do extase.
"Não fomos feitos semelhantes para nenhuma das nossas muitas outras vivencias. Incompatibilidade de génios e diferenças insuperáveis de pontos de vista. Genética explica isso", dizes tu habitualmente perante a minha cordata e avisada concordancia.
"Para dançar um tango são necessários dois. Um par em perfeita sintonia. E nós só sabemos dançar tango em momentos destes. Na horizontal e num quarto alugado á hora, atingimos a nota máxima recompensadora não do esforço mas do prazer completo". Acrescentas, convicta.
"A tradicional mistura de preto e branco que nunca dará uma côr viva por mais experimentações que se tentem. Por isso mais vale continuar-mos assim cada um no seu mundo ate que encontremos outros objectivos capazes de suplantar este avassalador desejo mutuo." Contra tais argumentos so sei usar o silencio.
..... "Até á proxima noite minha amante e amiga. E que seja em breve. Para que o teu embriagante cheiro a femea não se desvaneça e o desejo de ti nunca corra o risco de se esquecer de me recordar". Acrescento agora eu em pensamentos, na receosa duvida de que se me ouvisses falar assim, poderias mudar de opinião acerca das nossas incompatibilidades e descobrir a verdade acerca daquilo que me obriga a ti.
1 comentário:
Ilustre desconhecido,
Ler-te é sempre o ópio que me vicia fazendo com me deixe levar pelo aroma da resina inclemente que encarceras em tuas palavras.
Difícil não encontrar incompatibilidades entre nós dois, quando apenas o que existe é a possibilidade de colher cumplicidades na maciez do silêncio desta distância que transforma tamanho amor em tranquilidade profunda em cada palavra aqui oferecida.
Para que me lembrar de incompatibilidades quando sei que aqui estarei para ti mesmo para além daquilo que somente o tempo teima em ver.
Incompatibilidades... isso é o que menos conta, acredita. No desagrado de tal palavra apenas o sabor salgado da tua pele suada me vem a boca.
Incompatibilidades... isso é o que menos conta, crê. Destinos apenas se cruzam para provar que nem diferenças são capazes de separar.
Recordar a primeira vez? Qual delas? De tantas vidas que te amei apenas a recordação de todas estão aqui comigo.
Não gostamos das mesmas coisas? Não falamos a mesma língua? Não temos os mesmos amigos? Não vivemos na mesma cidade? E dai? Que importa isso tudo quando temos a certeza que nossas almas são cegas e adoram brincar na corda bamba?
Cada um no seu mundo digo eu seguindo a razão do teu pensar. Sim. Reconfirmo novamente, em eco. Falo apenas por falar, porque sabes bem como sou... razão nunca foi o meu forte!!! Vivo de erros, me alimento de enganos, ando sem limites e nem definições. Ah... antes que me esqueça... Teu cheiro SOU EU (impossível de te esqueceres de me recordar)!!!
Bjs doces
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