Não sei em definitivo. A essa pergunta responderei quando encontrar uma resposta que primeiro me convença. Porque nada do que te possa afirmar como justificação me seria lógico neste momento. Assumi a decisão de fechar a loja para reestruturação e balanço e tentarei levá-la ás ultimas consequências. Foste apenas apanhada no turbilhão pois decidi circunscrever os meus dias às básicas tarefas de sobrevivência, defendendo-me da apetência genética para chafurdar na merda que bem conheces.
Não, não penses que esqueci ou renego o tempo em que para tocar os limites era apenas necessário gerar as doses qb de adrenalina e deixar-me ir. Apenas e só enquanto me resta alguma sanidade abastenho-me de saciar a sede com fogo. Chama-lhe PDI, alzaimer ou esclerose, mas á muito vinha descobrindo que esta forma de vida se esgota por completo na transpiração de breves momentos que por comodismo de análise chamamos de unicos quando na verdade são unicos apenas naquela hora pois no dia e na vitima seguinte repetem-se e teimosamente continuamos a chamar-lhes o mesmo apesar de até o cheiro ser igual. Questiono-te. Valerá a pena esta pseudo orgia de sentidos quando constatamos que no final pouco ou nada perdura senão arquivo dificil de esconder e nodoas na alma impossíveis de apagar?
Espero que o tempo me ajude a entender. Porque descobri que preciso deitar no lixo da memória os mortos que transformei sem me aperceber em fantasmas, apenas e só para continuar a tê-los por perto e em contraponto ressuscitar muitos dos que deixei morrer por inação e cobarde esquecimento. Necessito expulsar de mim a opressora conciência que teimosamente me obriga a cumprir penitentes noites em branco quando me deposita no travesseiro os lamentos dos muitos esqueletos que deixei pelo caminho.
Tento perceber como e por onde se chega aqui. Será que è porque Interiorizamos como verdade absoluta que só vale a pena viver se fôr desta forma e que se não ousarmos experimentar, nos tornamos apenas comentadores daquilo que nunca sentimos. Com a mesma imaginação com que auto-desculpabilizamos, viciamo-nos em adrenalina na presunção que podemos ser os autores e os actores principais da peça que é a vida. Teimosamente mantemo-nos na boca do palco esquecendo que o público que nos ama de verdade á muito abandonou a sala cansado de esperar por um rasgo de lucidêz ou uma mudança de sentido do texto. Não querendo entender que quem ainda bate palmas é porque não tem outro sitio onde sentar e que na primeira deixa fora de tempo não terá nenhum remorso em nos vaiar.
Prometo reabrir a loja. Com outras cores, espero.
Não, não penses que esqueci ou renego o tempo em que para tocar os limites era apenas necessário gerar as doses qb de adrenalina e deixar-me ir. Apenas e só enquanto me resta alguma sanidade abastenho-me de saciar a sede com fogo. Chama-lhe PDI, alzaimer ou esclerose, mas á muito vinha descobrindo que esta forma de vida se esgota por completo na transpiração de breves momentos que por comodismo de análise chamamos de unicos quando na verdade são unicos apenas naquela hora pois no dia e na vitima seguinte repetem-se e teimosamente continuamos a chamar-lhes o mesmo apesar de até o cheiro ser igual. Questiono-te. Valerá a pena esta pseudo orgia de sentidos quando constatamos que no final pouco ou nada perdura senão arquivo dificil de esconder e nodoas na alma impossíveis de apagar?
Espero que o tempo me ajude a entender. Porque descobri que preciso deitar no lixo da memória os mortos que transformei sem me aperceber em fantasmas, apenas e só para continuar a tê-los por perto e em contraponto ressuscitar muitos dos que deixei morrer por inação e cobarde esquecimento. Necessito expulsar de mim a opressora conciência que teimosamente me obriga a cumprir penitentes noites em branco quando me deposita no travesseiro os lamentos dos muitos esqueletos que deixei pelo caminho.
Tento perceber como e por onde se chega aqui. Será que è porque Interiorizamos como verdade absoluta que só vale a pena viver se fôr desta forma e que se não ousarmos experimentar, nos tornamos apenas comentadores daquilo que nunca sentimos. Com a mesma imaginação com que auto-desculpabilizamos, viciamo-nos em adrenalina na presunção que podemos ser os autores e os actores principais da peça que é a vida. Teimosamente mantemo-nos na boca do palco esquecendo que o público que nos ama de verdade á muito abandonou a sala cansado de esperar por um rasgo de lucidêz ou uma mudança de sentido do texto. Não querendo entender que quem ainda bate palmas é porque não tem outro sitio onde sentar e que na primeira deixa fora de tempo não terá nenhum remorso em nos vaiar.
Prometo reabrir a loja. Com outras cores, espero.
2 comentários:
Ilustre desconhecido,
Humpgf… depois deste post que provoca calafrios inexplicaveis de ser lido a esta hora da matina saiu-me uma frase do Drummond
” Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar.”
Acho que te aconteceu o mesmo, a única diferença é que a resposta (o post) parece mais indicada aos teus porquês que uma resposta ao porquê alheio (seria essa a intenção???).
Eh… por vezes andamos tão ocupados a sermo-nos que nos esquecemos de pequenos clichés que usamos em conquistas prtilhadas nada vitais e que pouco se circunscrevem as tarefas básicas de sobrevivência, algo assim “somos responsáveis pelas vítimas que fizemos”… mas, é de admirar o rompante de ousadia no meio de tanta covardia e fechar-se para balanço minutos antes de se entrar na falência total. Acontece… a “tal” sanidade tem dessas coisas.
A reciclagem está no pico da moda e se o objectivo é encontrar velhos trilhos e se auto-desculpabilizar tendo em vista escapar do desejo, do perfume, da fome ou simplesmente dos péndulos que sustentam a rotina da culpa vergonhosa… que seja. Pena que para isso tenha sido necessário usar-se dos mesmos passos antigos, os mesmos silêncios covardes, os mesmos argumentos sem frescor. Bastaria um simples “fechado para balanço” na montra da loja para qualquer observador atento rodar os calcanhares e se dirigir ao ponto de comércio mais perto.
Lá pelas tantas, por estar fora do contexto me atrapalho no caminhar do post. Mas tenho a sensação de ter lido ou ouvido coisas demasiado parecidas, chegando eu a atrever-me dizer que provavelmente já se tenha vivido tudo e não haja espaço para mais nada. Muito menos para o “porquê?”.
Ufff… me alonguei em demasia, vou parar de escrever ou de procurar diagnósticos em tudo. De tentar entender a cadeia alimentar. Os ciclos viciosos. A necessidade. Ou até a alta rotatividade.
Bjs doces
P.S. Novas cores não fazem esquecer que cada inicio terá um fim previsível…o mesmo.
P.S.1 E como como começei com Drummond lembrei de também terminar com ele pensando em “resíduo”:
“(...) E de tudo fica um pouco.
Oh, abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória (...)”
P.S.2. Aguardo censura ;o))
Ler-te é sentir um turbilhão de emoçoes, a tua coragem na escrita estremece as paredes do meu ser!
Beijo doce
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