Entras-me no pensamento enquanto olho o fumo do cigarro que sobe ao longo dum ténue raio de luz e se desfaz na penumbra da sala. Chegas acompanhada daquele perfume forte que te sai dos poros e que, como um fantasma de estimação me persegue para todo o lado com o unico objectivo de me recordar de ti e complicar ainda mais a vida. E, como sempre, reprimo a vontade de pegar no telefone e te gritar aos ouvidos o desejo necessário e urgente que me invade o corpo á tempo demais. Sei-te livre e disponivel. Mas não consigo confessar-te por palavras que sei exatamente a que cheira o teu corpo transpirado quando solitária deixas correr as mãos e os dedos pela pele quente. Porque não encontro forma de justificar a razão de te comparar com cada uma daquelas que me partilham e que quase nunca deixam mais que a breve intensidade de um extase. E sobretudo como não ser vulgar ao confessar-te que te desejo mais que qualquer outra, mesmo aquelas que conheces e a quem criticas por eventualmente terem “caído na minha teia”, como afirmas segura e certa de que contigo nunca seria assim.
Aprisiono a vóz mas não o calor que me amarra ás memórias daquilo que nunca tive e provávelmente nunca terei. Desculpo-me na tua incapacidade para me perceber teu prisioneiro sem que seja necessário dizer-to na cara. Não me atrevo sequer pensar que a distancia de ti a que me obrigas, é apenas e só, a tua forma de me sentir. E na minha incapacidade para te demonstrar que apesar de assim estarmos socialmente livres da má lingua costumeira, o nosso unico lugar compensador era socializarmo-nos um no corpo do outro.
O fumo do cigarro á muito desapareceu engolido pela pouca pela luz que passa atravéz do cortinado. Fica o teu perfume a pairar na sala vazia onde vagueia intruso, o teu fantasma. E a absoluta certeza que comecei a adiar-me no dia em que te conheci.
Aprisiono a vóz mas não o calor que me amarra ás memórias daquilo que nunca tive e provávelmente nunca terei. Desculpo-me na tua incapacidade para me perceber teu prisioneiro sem que seja necessário dizer-to na cara. Não me atrevo sequer pensar que a distancia de ti a que me obrigas, é apenas e só, a tua forma de me sentir. E na minha incapacidade para te demonstrar que apesar de assim estarmos socialmente livres da má lingua costumeira, o nosso unico lugar compensador era socializarmo-nos um no corpo do outro.
O fumo do cigarro á muito desapareceu engolido pela pouca pela luz que passa atravéz do cortinado. Fica o teu perfume a pairar na sala vazia onde vagueia intruso, o teu fantasma. E a absoluta certeza que comecei a adiar-me no dia em que te conheci.
2 comentários:
Nao te adies!
Nao deixa para seres Feliz amanha, quando poderias se-lo hoje!
A nossa viagem por estes bandos vai-se encurtando cada vez mais e como uma rapidez incrivel!
Principalmente, para nos que ja estamos com meio-seculo ou quase la... Se Feliz AGORA! Nao esperes que alguem o faca por ti.
Nao passes por esta vida como alguem que anda por cima da agua. Leva esses momentos maravilhosos e unicos sempre dentro de ti, porque esses sim sao a razao da nossa existencia!
Sempre amiga...
Ilustre desconhecido,
Dificilmente consigo perceber-te assim, perdido no teu infinito particular e adiado por algum outro alguém. Pensar-te egoísta sempre me foi bem mais confortável. Ler-te em pontes e abismos entre os teus sentidos e os teus desejos faz-te parecer altruísta pela causa livre do outro (outra no caso).
Mas será mesmo isso que entendo? Ou será que a covardia camuflada te faz selar destinos em prol de “algo maior” sem conseguires viver até ao fim o que nasceu para ser vivido independentemente do que virá a seguir?
Não lamento e nem me assombro com os mistérios do teu pensamento envolto na fumaça de um cigarro que a muito não deveria ser fumado. Todos temos os nossos demónios para banir ou encarar de frente sempre que o sono se atrasa ou em noites frias em que teimam ventar temores que durante o dia se escondem por traz de escudos de latão improvisados pelos acontecimentos quotidianos.
Deixa-te ir... é sempre muito melhor viver do que existir.
Bjs doces
P.S. Toda a liberdade custa um preço.
Enviar um comentário